quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Niilismo

Muito pensei no que postaria no meu centésimo post. Não é algo de suma importância para ninguém, nem para mim, nem para as pirilampas(bons tempos!), nem para as calças super coloridas dos indefinidos seres do Restart, mas saber que já cheguei aonde cheguei me motiva, em certo ponto, a continuar. Talvez seja só um passo para alcançar um de meus objetivos, um de meus sonhos, mas talvez seja mais que isso. Em meio a tanta incerteza permaneci por muito tempo, de variadas formas. Porém, não é incerto uma coisa: amadureci.

Uma de minhas leitoras fervorosas, certo dia, resolveu alertar para alguns erros gramaticais que passaram despercebidos pelos cansados olhos de meu ser. Admirei o que fez: disponibilizou alguns minutos de sua vida lendo cada conto, cada poema, cada crônica, cada desabafo com atentos olhos. No final, mandou um lista com todos para meu e-mail. Abri feliz, já que alguém visava o bem estar de minhas ''obras''. Obviamente, sentei na frente da tela do computador e comecei a ler o blog desde o primeiro post.

Falar sobre o meu cotidiano de vestibulanda do vespertino fora o principal motivo do início dessa colcha de retalhos. E quantos retalhos! E comecei muito mal a fazê-la, sendo totalmente aberta e direta ao ponto. Minhas palavras pareciam infantis e sem brilho. Sentia meio que vergonha de olhar. Pelo menos, em meio ao acertar de erros, pude ver como foi gradativa a mudança em meio aos problemas. Senti minha linguagem ficando mais rica, meus textos e poemas com mais conteúdo.

Quando terminei a correção, haviam se passado quase duas horas. Quase duas horas de mergulhos em cada história que continha cada texto, cada desabafo, cada poema, cada coisa estranha que escrevi no passado tão próximo. E enquanto terminava de costurar um pouco a colcha, vi a satisfação do resultado e do andamento. Queria continuar a costurar aquilo por muito tempo. Eis que evidente fica o novo motivo: chegar perto e poder tocar em um dos meus sonhos. Quem sabe não torne realidade? Sonhos viram concretos bastando correr atrás.

E o que mais tenho a dizer? Há muita coisa por vir. Aguarde.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ameaça Inexplicável

Não aponte essa arma em mim, oh vil sujeito
Metralhadora destruidora de alegrias, não deixo
Língua afiada de patética víbora

Em chamas fica a ansiedade
Com boa máscara se faz arte
Em tais cenas, sinto nostalgia

Não temas, oh hiena astuta
Comedora de carniças se encontra
Mas de bazuca porta a resposta em plena loucura

Tire as vendas, verifique o edema
Do pulmão que respira, coisa pequena
Rombro da acidez da vida aclama

Audição ausente demonstra
Sinto repugnância, grande ânsia
E então bagunçou a realidade
Nada mais a comentar

domingo, 19 de setembro de 2010

Angustia

‘’Um grão, dois grãos, três grãos’’, era assim que contava. Blusa preta, calça preta saruel e uma sandália ensopada e coberta de areia fina e molhada próximo. Deitada estava portando seus olhos escuros, que escondiam o que doces olhos carregavam consigo. O mel do olhar atraiu o mais faminto urso. Este se escondeu atrás da castanheira, coberto por sua sombra centenária. Distraída estava observando pequena formiga a carregar outra. Inclinou a cabeça de um modo que não pudesse observar seu observador. Vibrou e sorriu de trás de tal angiosperma de avançadas idades o sujeito.

Não estava nem um pouco ensolarado, mas as acinzentadas nuvens agradavam ao estranho gosto. Deitou com a face para cima a fim de apreciar as melancólicas nuvens. O embalo da fria ventania em conjunto com o balançar dos galhos serviu como uma luva. Estava adormecida, mergulhada em devaneios. O desconhecido em passos largos e silenciosos ia se aproximando. Sentou em fofa camada há alguns metros dela. Sorriu e esperou que percebesse sua presença.

Amarga estava. Pior que o chocolate, pior que tudo. Cultivava lágrimas em sua face. De gotas, rio, de rio, cachoeira. Talvez uma grande hipérbole, talvez uma grande realidade. Ao acordar de repentino devaneio, sentiu o arder dos olhos. O gelado vento piorava e a realidade acinzentada ia embora. O azul do céu se misturou com a azulada camisa do ser a sua espera. Um susto era óbvio, de fato. Mais óbvio que tudo era a falta de reação na cena. Congelaram as palavras no ar, mas o cabelo recém-tingido em movimento ficou. Úmida novamente a face permaneceu. Gotas, rio, cachoeira, mar, oceano, tanto faz. Estava se afogando. Encontrou conforto em um abraço.

Tristeza em si foi mais atrativa. Faces conhecidas iam ao seu encontro demonstrando preocupação. Sensação diferente ao ver ali em meio a tanta agonia os sorrisos de quem queria seu bem. Vivia seu recente devaneio. Bom demais para ser verdade. Estava a olhar para a janela e a pensar:''será?''

domingo, 12 de setembro de 2010

Desgosto a parte

Diria, em primeiro lugar, patético. A pateticidade da futilidade me assusta, me irrita,de fato. E é claro a primeira e última impressão de seres (se é que podemos chamá-las assim) é que são grandes obsessivas por um inexistente, um imaginário concurso de beleza.

As lotadas faces com substâncias coloridas, negras e níveas exibiam traços ausentes.
Provavelmente serviam de belas máscaras do mais nobre material. Provavelmente serviam
para a face dos mais insanos palhaços. Palhaços, palhaças, nada mais se sabia. Com rios de produtos, a possibilidade de disfarçar até traços masculinos não era pequena. Mas, nesse caso, o que mais queriam mesmo era esconder imperfeições.

Afinal, de que adianta aparentar ser algo se não é? Por que se importar em viver uma verdadeira utopia em torno de uma imagem irreal? Por que não vivenciar a realidade, algo de fato concreto? Nada adianta se são farinha do mesmo saco, vinho da mesma pipa, doce do mesmo tacho. Se ao menos pudessem enxergar que o futuro que as espera é diferente.Pessoas cegas para a própria realidade costumam ver seu brilho desaparecer em um piscar de olhos. E a quem reconhece defeitos, vitória. O que é diferente é sempre melhor.

sábado, 11 de setembro de 2010

Quartetos da ignorância

Acefálico ser maldoso
Em suas mãos o mundo quer ter
O que mais perto está no alcance
Crava as garras e o resto deixa a morrer

Gentileza em pequenos gestos ignora
O que na ausência mostra, aclama
É abutre buscando alimento
É carniça da própria espécie

Quantos seres aos prantos fez ficar?
Quantos sujeitos hoje não tem luar?
No menu finalmente escolheu o prato
Garçom insatisfeito reclamou do ato

Dos mil Romeus, sapos
No seu brejo querem festejar
Já escolheu o mais medonho
Agora outros querem se matar