terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mais um novo começo

Os horários dos relógios não coincidiam. Era uma gritaria para lá, um corre-corre com uma garrafa para cá. Os champanhes estavam posicionados em direção a janela dos fundos, mas o medo de alguma das potentes rolhas atingir com uma velocidade assustadora o vidro de algum carro virou empecílio para terem de segurar os tais pedaços de cortiça e de plástico. A família se reunia na cozinha a festejar. Uma preguiça de colocar os pés na rua impediu de assistirem a festa proporcionada pela pequena cidade. Enquanto muitos encantados com os fogos que ocorriam lá longe no Rio de Janeiro estavam, os mais jovens se debruçavam na janela de um dos quartos a observar a dança simples, mas bela, dos fogos de artifício. Aquela janela, que já havia sido palco de muito alegria no começo daquele ano que se passou, seria palco de uma tragédia futuramente.

Então assim chegava 2011: calmo como a brisa que sacudia os cabelos dos mais jovens no recinto, esperançoso como os que procuravam coisas boas, tempo de mudança para os que muito caíram no ano que se passava, vitorioso como as conquistas que estavam por vir. Era hora de crescer, de amadurecer, de inflar o ego, de ficar perto de quem te faz bem, de esquecer besteiras passageiras, de focar na carreira, de se divertir sem exageros, de conhecer gente nova, de tomar atitudes certas, de reconhecer o seu valor dentre os demais. Um ano novo sempre era sinônimo de colocar em prática nossos planos de se reinventar ou de simplesmente decolar.