quarta-feira, 19 de maio de 2010

B1, B2 e B3

Não conseguia imaginar na época em coisa pior a não ser que passar o Ano Novo em Guarapari. Para mim, o tédio seria inevitável e a falta do que fazer também. Já me imaginava uma semana trancada dentro daquele apartamento minúsculo e pré-histórico ouvindo música até acabar a bateria e desenhando coisas bem aleatórias. Tá bom que passei momentos felizes ali dentro, mas quanto mais eu crescia, mais entediada ficava. Sorte minha que fui salva por duas pessoas nas quais transformaram esses meus possíveis dias chatos em dias felizes e bizarros.

Dona Vickie eu já conhecia, obviamente. Minha prima por parte de mãe e grande amiga desde que coloquei meus pequenos pezinhos em Vitória. Dona Carol eu só conhecia por conta do aniversário de Dona Vickie, mas não tinha conversado nada com ela naquele dia. Mesmo uma sendo tão ligada a mim e a outra nem tanto, aquela semana em Guarapa nos uniu muito. Em certo momento, não havia tantas diferenças entre nós. Chegávamos a falar juntas a mesma coisa, ou tínhamos a mesma reação sobre qualquer situação. Por conta dessa animação toda, acabava nem ficando muito no apartamento como pensava. A fulga do tédio era irresistível, mesmo que este não fosse fácil de se soltar.

Nossa diversão era falar sobre a vida, andar pelo calçadão da Praia das Castanheiras, falar mal das cocotas e dos playssons, jogar Guitar Hero no micro shopping de lá, entre outras coisas. Nada foi mais inesquecível que nossos apelidos, nossas gírias e a Diva do Fecfo, a famosa vizinha de janela do apartamento na qual todo dia aparecia na janela usando somente um lençol. Quem ouvia o conteúdo de nossas conversas nos considera loucas varridas.

Sinceramente, não adianta tentar nos entender porque só nós, exus B1, B2 e B3, nos entendemos. Tentativas fracassadas podem resultar em belos fails e pensamentos esquisitos sobre nós, caro leitor, podem ser dorgas mano. E ai, entendeu alguma coisa? Não?! Eu avisei...

Vida de vestibulando

Inevitável na vida de um vestibulando é não ter algum período de falta de tempo. Nesse tal período, o relógio parece estar correndo a maratona de tão rápido que o tempo passa. Com um piscar de olhos, seus estudos que pareciam ter durado uma hora ou menos renderam muito mais do que você poderia imaginar. Realmente quanto mais perto fica do temido vestibular, mais o tempo corre. O ruim disso tudo são as consequências, nas quais podemos citar principalmente o cansaço e o famoso stress.

Mas mesmo com esse ano pra lá de agitado, não devemos nos submeter à certas neuras. Muitos, por um certo desespero, imaginam que ser vestibulando é viver na base de café, virar um tremendo sedentário e ter como melhores amigos a sua bancada de estudo, os livros e a confortável (ou não) cadeira. Não é bem assim, meus caros. Devemos ir gradativamente aumentando nossas horas de estudo e não começar já estudando umas cinco, seis horas por dia. E além disso, devemos viver nossa vida normalmente ficando perto de quem mais amamos e tendo um certo tempo de lazer, mas sem exagerar na dose.

Ser vestibulando é manter vários equilíbrios na vida. Estar emocionalmente, psicologicamente, mentalmente e fisicamente preparado deve ser, sem sombra de dúvidas, a chave para o sucesso no vestibular. É difícil manter isso, mas o máximo de esforço para alcançar algo semelhante com certeza não será em vão. Vida de vestibulando é tensa, mas os frutos gerados com tudo isso nos fazem ver que vale muito a pena.

domingo, 2 de maio de 2010

One Foot Wrong

Estava a dois passos de uma tragédia. Um precipício, para ser mais claro. Caso andasse para trás, não saberia se seria morta pelos seus sentimentos, correndo desesperadamente em sua direção. Caso andasse para a frente, cairia no mar da vida, mas não sabia se saberia nadar ou iria morrer na queda. Dúvida cruel, opções cruéis.
Parecia uma bifurcação, se é que é assim que se escreve. Nada estava claro, agora. Uma névoa assustadora pairava pela cena, trazendo incerteza. Só nos resta esperar o próximo capítulo dessa novela mexicana que é a vida.